Olá
Estou com um novo site www.idamarafreire.com.br
quarta-feira, 30 de março de 2016
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
Escrita do Corpo
A escrita do corpo
Muito mais que entretenimento, a dança nas escolas proporciona autoconhecimento e expressão artística
Letra A • Terça-feira, 22 de Dezembro de 2015, 16:09:00
Por Eliza Dinah
A Dança na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental
não se resume a movimentar-se ao som de música. Diz respeito, sim, ao
reconhecimento do corpo e de suas possibilidades e limitações espaciais e
temporais. Para Ida Mara Freire, professora do Centro de Ciências da
Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dançar pode
ser comparado ao ato de escrever. “A dança é uma escrita corporal no
mundo. Você está escrevendo seu movimento, deixando sua marca, mostrando
o modo como lida com tempo e espaço”, explica. Para a professora, é
possível comparar as informações recebidas e passadas para o corpo tanto
no ato de dançar como na escrita manual: a pressão que se põe no lápis e
a pressão sobre o chão ou outra superfície; a variação da forma da
letra e dos movimentos corporais de acordo com as emoções do momento; o
papel e o ambiente como espaços a serem preenchidos.
Além da relação motora, essa ‘escrita’ também tem elementos
biográficos. Gabriela Córdova, dançarina e doutoranda em Artes pela
Escola de Belas Artes da UFMG, destaca que a dança “faz parte da vida
das pessoas”. “Todos têm a dança na sua história familiar, na sua
história de vida. Os alunos têm histórias pra contar.” Em uma das
escolas acompanhadas por Gabriela, que coordena a área de Dança do
Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) na Faculdade de
Educação da UFMG, foi montado um mural para interagir com os estudantes e
com a comunidade sobre suas relações com essa forma de arte. “Dança é a
sintonia entre seus movimentos corporais com a música, tirando o funk,
que não é considerado música na minha opinião” e “Dança são várias
danças diferentes, como o balé, o frevo e etc” foram algumas das frases
depositadas na urna do projeto, relata Gabriela. “Considerando o capital
cultural do aluno, não há certo e errado. O que tem ali são
experiências sobre as quais a gente vai refletir, problematizar”,
ressalta.
Também pode ser uma escrita inventiva, como a da poesia. Por isso, dar
liberdade e autonomia às crianças é fundamental, como defende a
professora de Dança no Centro Pedagógico da UFMG Marlaina Roriz. “Os
alunos são criativos, fazem coisas super contemporâneas que às vezes nem
têm noção que estão fazendo. E é uma dança deles, eles criaram”, afirma
a professora. No fim do último semestre, Marlaina conta que cada
criança alcançou seu próprio “produto final”, resultado do processo que a
turma vivenciou. “Alguns escolheram água, alguns escolheram zumbi,
outros trabalharam temáticas de gênero. A dança na escola é isso:
acolher os contextos de cada um, um pouco da história de cada um. Que
isso seja democrático e que seja potente”, finaliza.
A dança, considerada como uma escrita ampla, é capaz de criar e
questionar visões de mundo. Danças tradicionais, manifestações
populares, danças sociais, de salão, de academia, religiosas,
contemporâneas, clássicas, modernas, danças somáticas, criativas, de
rua, afro: uma infinidade de possibilidades. “A dança escolar trabalha
com todas elas. Pode fazer desconstrução disso, releitura, proposições,
criações. Aí vai da capacidade do professor de proporcionar abertura”,
finaliza Ida Mara.
Afirmação como arte
Mesmo abrindo um vasto campo de possibilidades, a Dança ainda é pouco
valorizada nas escolas como área do conhecimento. Marlaina Roriz explica
que uma das maiores dificuldades está no fato de que “o professor tem
ainda a dificuldade de se ver enquanto corpo”. Como consequência, a
corporeidade da criança também acaba por não ser potencializada, afirma
Marlaina. “Eu vejo na escola, de um modo geral, a ideia de que o aluno
disciplinado é aquele que não se movimenta, é aquele que fica sentado na
carteira, que aprende sentadinho sem se mexer”, completa.
Carina Pereira, formada em Dança pela Universidade Federal de Viçosa
(UFV) e professora da rede pública de Indaiatuba (SP), acrescenta que,
nas escolas, a área é ainda muito identificada apenas como
entretenimento. “Não que as pessoas não valorizem a dança. Mas elas não
valorizam como uma área de interesse com um valor específico e
individual”, aponta. Carina relata que é comum os professores de Dança
receberem dos colegas pedidos de coreografia para eventos nas escolas.
Quando isso acontece com Carina, ela busca explicar que os resultados
dessa disciplina devem ir muito além de apresentações: é um trabalho que
exige criatividade, integrando o corpo a imagens, músicas, textos etc.
“Começa com a vivência através da música, para depois os alunos irem se
familiarizando com o som, e então a gente faz atividades práticas
utilizando aquela música.” Explorando folclore, brincadeiras e danças
populares, a professora busca relacionar o trabalho com outras
manifestações artísticas. “Existe sempre algum momento com desenho,
pintura, colagem etc. Porque também é preciso contemplar atividades de
outras áreas da arte”, conclui.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
World Dance Aliance
Anais da conferência em Anger pode ser acessado aqui:
http://ausdance.org.au/publications/details/contemporising-the-past-envisaging-the-future
http://ausdance.org.au/publications/details/contemporising-the-past-envisaging-the-future
Assinar:
Postagens (Atom)