sexta-feira, 30 de setembro de 2011
A mistica do trabalho de campo
Estamos a terminar o mes de Setembro e caminhamos agora no nosso ultimo quadrimestre no solo sul-africano. Nossos deslocamentos por Cape Town acontecem sem tantos solavancos. Nas ruas os sem-tetos sorridentes e amistosos ja nos reconhecem do trabalho voluntario. Ja entendemos bem a comunicacao para lidar com os Taxis (as vans). Nossos passeios se ampliam, alem da descoberta do jardim botanico Kirstenbosch (foto acima de Mike Golby), incluimos a costa maritima, participamos agora do grupo ecumenico de educacao ambiental “A Rocha” http://www.arocha.org/int-en/index.html, que inclui caminhadas ecologicas.
E danca muita danca por aqui. A noite de abertura da temporada do Lago do Cisne, fez a pequena sonhar, tanto quanto a contemporanea versao de Pedro e o Lobo, ambos produzidos pelas professoras da UCT School of Dance. As aulas praticas e teoricas de Danca Africana de Maxwell Xolani Rani tem inspirado debates acerca do tema modernidade e pos-modernidade na danca sul-africana tal como exemplifica a danca de Gregory Maqoma http://youtu.be/ACvzEB4NZ1s
As entrevistas sobre danca e perdao foram concluidas esta semana, entrevistei dancarinos/as, pastores, traditional healers (curandeira/o), rabi, e imaam (lider islamico), de respectivos grupos humanos negros, brancos e indianos. As belas narrativas revelam insolitas facetas da danca. Aprendo com Eduard Greyling a fazer notacao da danca africana. Descubro nas aulas isiXhosa que esta lingua e como um poema.
Ao ler o texto de Adrienne L. Kaeppler: The Mystique of Fieldwork. In: Theresa J. Buckland Ed. Dance in the field: theory methods and issues in dance ethnography. New York: St. Martin’s Press. 1999. P.13-25, atento que os antropologistas estão interessados em entender como o significado é derivado do movimento, como a estrutura de um evento deve ser entendida para derivar o significado disto, dai a necessidade de entender as atividades que geram sistemas de movimento e como e por quem é julgado o movimento. Para fazer isso a autora recomenda: 1. Olhar, na observação participante elementos importantes incluem observacao do conteúdo do movimento e seus contextos; 2. Aprender o idioma do grupo pesquisado, que alem de ser importante para comunicação explicita ênfases lingüísticas e também fornecem chaves a ênfases culturais ou sociais, e a estrutura do idioma pode ser a chave do movimento e outras estruturas; 3. Gravar a informação em uma variedade de modos: notas pessoais, notação de movimento, gravação de filme / vídeo das performances em seus contextos e, 4. Fazer análises preliminares de sua própria observação e participação como também pelos olhos dos artistas e da plateia.
E, como voces podem ver, temos muito trabalho pela frente, mas seguimos animadas e agraciadas pelas cores e flores dessa primavera. E tambem, em saber que logo logo estaremos no calor do verao nos banhando no nosso saudoso mar do campeche. Enquanto isso vamos a danca...
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Lindo relato, como sempre. Faz-me vibrar com vocês duas! Saudades aumentam! Aproveitem cada momento restante! Sorrisos primaveris!
ResponderExcluirOi Rodrigo,
ResponderExcluirGrata por seus constantes, atentos e sensiveis comentarios.
Nossos sorrisos para voce tambem!