O dia amanheceu coberto com uma neblina e cada passo que dávamos, para a surpresa da pequena o sol abria o caminho. Eis uma bela metáfora para nosso momento no solo sul-africano. As últimas semanas tem sido de desafios - uma mordida da pequena; a distância do amado, o cancelamento inesperado de um tour, alguém usando meu cartão de crédito, uma briga noturna no apartamento vizinho, a cara fechada de algumas colegas de trabalho, um homeless que nos persegue ao retornarmos para casa. O choro vem, sinto-me vulnerável.
Chega a providência divina - a mordida é substituída por beijinhos carinhosos cheios de arrependimento. O amado mesmo longe demonstra cuidado e atenção. Para pedir desculpas do cancelamento do tour, a agência ofereceu um outro de cinco dias pelo preço de quatro e a apreciação da natureza entre o atlântico e o índico tem sido uma experiência insólita. O banco está a resolver o problema do cartão. Para compensar um vizinho violento, que por sinal se aquietou; temos uma vizinha com filha pequena que se ofereceu para ficar com a pequena quando eu precisar, assim como a sua professora também. No trabalho, a cara fechada num dia, se transforma num sonoro Hello! num outro dia. Para fugirmos do homeless encontramos abrigo na lavanderia e o dono nos levou para casa. Diante de tudo isso, agradeço e sinto-me abençoada.
Sim, na vida diária temos desafios que como neblina encobrem nossa visão ao longo do caminho, mas o sol da confiança, da solidariedade, da presença divina aquece o nosso coração e nos abre o caminho e só nos resta sorrir.
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