Sábado dia 19 de fevereiro,
Eu e a pequena fomos assistir uma performance. Passei uma parte da tarde nos localizando no mapa da cidade. Para que lado ficava o centro da cidade, descobri que estávamos muito perto, pois a cidade é bem grande. E completamente protegida pela montanha. Da janela do nosso apartamento observamos uma das pontas da montanha. E nessa observação, atentamos de comos será o tempo. Se a montanha está ensolarada, se está coberta de nuvens, se as nuvens passam rápidas ou lentamente.. Ficamos atentas e já escolhemos a roupa e complementos.
Era a primeira ver que eu e pequena saíamos a noite, ela estava animada. E as sete da noite saímos, o evento começava as oito. As vans não passavam com a mesma frequência que de manhã, ou como durante a semana. A pequena comecou a ficar ansiosa. Eu naquele estado de curiosidade alerta: estou aprendendo, isso é novo. O taxi parou, falei que ia para Orange street, o cobrador falou "ah city center..."
E lá fomos nos, perguntei para o rapaz que estava ao meu lado onde era orange street,ele não sabia, uma mullher tambem não... Mostrei para o cobrador a caderneta com o nome do local Hidding Hall campus, nada...liguei para a Jamila, ela dava as instruções em português, eu não entendia o nome da rua em inglês. O cobrador me apontou um prédio branco de estilo colonial e falou que era ali, que depois era para caminharmos até ali, descemos no terminal das vans. Que aqui chaman taxi, é um transporte, basicamente utilizado pelas pessoas negras.
Caminhamos, pelo belo centro da cidade do Cabo, uma arquitura requintada, ruas amplas, demonstrando claramente os traços de uma colonização diversificada. A pequena saltitava, feliz e a noite se aproximava, a cada quadra havia um segurança de companhia privada, ou um policial, eu parava quando tinha dúvida da direção e perguntava para um deles, que simpaticamente me indicava o local. Quando finalmente chegamos na Orange street, quinze minutos de caminhada até lá, perguntei para um rapaz e uma jovem aonde era o Hidding Hall campus, ela me falou que estava bem perto, finalmente chegamos. Na porta, uma jovem branca, falou que o evento era de graça,mas que precisava aguardar, para ver se tinha lugar, mostrei o crachá da universidade,ela tentou procurar meu nome numa lista de duas três páginas, quando, um jovem de cor, falou, que eu podia entrar. Christine, Jamila e Dudu acenaram e quando lá cheguei falei que conheci o centro da cidade. Jamila falou porque eu não liguei, eu comentei que sim, ela constatou que o telefone estava no silencioso. E se desculpou.
O evento
"Ngqoko women's ensemble" é composto por mulhere de comunidade Xhosa, nesta noite elas iam cantar com músicos clássicos. Esse encontro era resultado de um projeto de pesquisa que envolveu muito dinheiro público. Me informou Jamila. Elas entram com seus instrumentos, beribaus,acordeom, um instrumento feito com lata. Suas roupas coloridas, saias com pedaços de pele, enfeitas com pequeno triângulos de miçangas coloridas, blusas brancas, colares belos, as roupas eram parecidas, mas nenhuma igual a outra, os detalhes, faziam a diferença. Elas cantaram e dancaram, senti que seus corpos recebiam o som e ao marcaram o ritmo com os pés, notava a singularidada do gesto e assim acontecia a dança.
Na segunda parte do evento, a apresentação das composições clássicas criadas para esse projeto, os instrumentos de corda, sopro, e a percussão traduzia com sutileza, leveza, alegria a sonoridade da cultura africana tradicional.
Mas,quando na terceira parte se uniram, a harmonia esperada não aconteceu. Aqui eles usam muito o termo fusão. É neste caso, ficou evidente que o clássico e o tribal, optaram por preservar suas diferenças. No final do evento,a lua brilhava,de carona voltamos felizes para casa. Sentimos que estavamos na Mama África, e celebramos com alegria mais essa experiência.
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