UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
SEMESTRE:
2012.2
Seminário
Especial : Estéticas do Silêncio: Alteridade, Arte e Educação.
NOME: Michele
Maria Pacheco Foggiatto Puel
PROFESSORA:
Drª Ida Mara Freire
Trabalho da disciplina: Estéticas do
Silêncio: Alteridade, Arte e Educação.
Resenha Crítica
Muitas pessoas ainda desconhecem
as artes que existem na África do Sul. A arte da DANÇA é tão rica, e agora entendo que a dança sempre existiu na
vida africana é a essência dos africanos e por isso da originalidade. No
Brasil, a dança Gumboot que é uma dança típica da África do
Sul com um gingado e rebolado único dos africanos, está conquistando grupos de
danças. Nasceu nas minas de ouro da África do Sul, como forma de expressão
dentro de um regime opressivo. Cada parte do corpo movimenta-se com um
ritmo diferente. O corpo pode ser comparado a uma orquestra que, tocando vários
instrumentos, harmoniza-os num único
som. Entre as danças, destacam-se: lundu,
batuque, capoeira, entre outros. A dança
do Lundu, origem Africana. Na forma de
canção ou dança refinada, o sensual lundu esteve em voga no Brasil durante todo
o século XIX e início do século XX. Sua
fusão com outras danças, como a habanera, a polca e o tango, deu origem ao Maxixe,
conhecido como Tango
Brasileiro que foi o primeiro tipo de dança urbana surgida no Brasil. Era
dançado em locais que não atendiam a moral e aos bons costumes da época, como
em forrós, gafieiras da cidade nova e nos cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro. Os
homens de classes mais privilegiadas freqüentavam esses bailes e gafieiras, em
busca da sensualidade das danças
africanas. "Os pares enlaçam-se pelas pernas e braços, apoiando-se pela
testa. Para que pudessem ser tocadas em casa de família, as partituras de
maxixe traziam o impróprio nome de "Tango
Brasileiro".
Baseada na experiência que tive na Dança do Tango...
Dança é disciplina, concentração, é
envolvimento, bem estar, satisfação e frustração. Para você conseguir
DANÇAR, é preciso muita disciplina, concentração, deixar-se envolver,
sentimento de bem estar e frustração quando não conseguido. A dança proporciona
todos esses fatores. Percebo que esta relacionada ao ensinar, a Educação para
todos...
Através de Estudos de Dança, os estudantes
desenvolvem a auto-estima, um sentimento de identidade, a confiança e
auto-disciplina. Eles desenvolvem a responsabilidade social, desenvolvendo um
respeito pelos seus próprios e outros corpos e explorando-os numa aprendizagem
individual e colaborativa. Esses desenvolvem uma sensibilidade cultural,
explorando e realizando danças de outras culturas além da sua própria. Dessa
forma, eles afirmam a sua identidade cultural própria e a dos outros também
(SOUTH ÁFRICA)
A partir do trecho que diz: "Educar nossas
crianças e jovens com dança é de mostrar que eles não estão sozinhos no mundo
(Freire)
Penso que a dança sendo uma arte e deveria ser como disciplina obrigatória nas escolas, desde o ensino fundamental. Se as pessoas, sejam jovens e adultos focassem nessa arte, muitos problemas poderiam ser desviados...
Penso que a dança sendo uma arte e deveria ser como disciplina obrigatória nas escolas, desde o ensino fundamental. Se as pessoas, sejam jovens e adultos focassem nessa arte, muitos problemas poderiam ser desviados...
Por isso,
que a dança é a forma de contar histórias. Traduzir. Permite através de
movimentos liberar o que está sentindo. A dança é o corpo envolvente, muito
movimento, é uma arte, gestos, transformados em dança. Os africanos conseguem demonstrar na dança o que sentem. Seus
sofrimentos, a esperança e a motivação de um dia melhor. Toda dança existe um
significado, seja de sensualidade, seja de calmaria, seja de agressividade é
uma energia que envolve a pessoa com quem está envolvida. A EXPERIÊNCIA do Outro, que o Merleau- Ponty
explica, na minha experiência de Dançar
o Tango, ajuda a compreender o reconhecimento do outro. A experiência do outro configura-se na
Estética do SILÊNCIO.
Na África do Sul, onde você dança, com quem você
dança, e que tipo de dança você executa e sua atitude frente à dança dirá
alguma coisa sobre você, como uma pessoa política, bem como sobre você, como
pessoa artista (GLASSER, 1991). A dança
faz refletir quem somos nós e o que desejamos.
De acordo com Ida Mara, em seu
texto da AÇÃO POLÍTICA E AFIRMATIVA:
DANÇA E CORPO NO DISCURSO EDUCACIONAL SUL-AFRICANO PÓS-APARTHEID, nós
sempre dançamos com o outro ou para o outro, nós nunca dançamos sozinhos.
Reafirmo que a dança não é uma atividades solitária, mas um movimento
solidário. Vale salientar que dançar é a tentativa de ser um com outro. O
espaço da dança como estrutura coletiva sustenta as noções de acolhimento e hospitalidade.
Quando dançamos, acontece o processo de
intersubjetividade. A relação eu e você, só eu ou só você não acontece. A dança
é o exemplo disso, expressão, não é só emoção, mas o vivido.Quando dançamos com
o outro, através de gestos, percebemos o outro. Quando é realizado o gesto, no
dançar, tem um significado.
O Seminário Estéticas
do Silêncio: Alteridade, Arte e Educação, nos traz um aprendizado que o Silêncio,
não somente, o não falado, verbal, e o impensável, mas na tentativa de não
pensar, nos traz conteúdos valiosos e imagináveis conscientemente. O conflito
da diferença, da Alteridade e
a Dança que é uma Arte, na Educação é uma contribuição imensa e a ser explorada.
Bibliografia
FREIRE, Ida
Mara. Ação política e afirmativa: corpo e alteridade no discurso educacional
sul-africano pós-apartheid. O teatro
transcende. Vol. 16. N.2. 2011
GLASSER, Sylvia. Is dance Political Movement?
Journal for the Anthropological Study of Human Movement, v. 6, n.3, May, 1991.
MERLEAU-PONTY, Maurice.
A experiência do Outro. In: _________________. Merleau-Ponty na Sorbonne
resumo de cursos psicossociologia e filosofia. Campinas SP: Papirus, 1988.
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